Disseram que eram feitos um para o outro.
Disseram que eram almas gêmeas.
Disseram que se completavam.
Disseram que os opostos se atraiam.
Disseram, enfim, as mentiras de praxe.
Disseram que conversariam sobre tudo, e que seria só enquanto fosse bom.
Disseram, como disse, as mentiras de praxe.
Acabou que não eram assim perfeitos um para o outro, como sempre se soube.
Disseram então algumas das verdades que surgiram no caminho.
Algumas meias verdades também. Ou quem sabe, mais mentiras inteiras.
Mas aí, já não mentiam um para o outro.
Mentiam para si mesmos.
E seguiram, cada qual seu rumo, contando a si mesmos mentiras sobre o que passou.
Ou, quem sabe, sobre o que nunca houve.
Fim.
muito bom o texto, é seu?
ResponderExcluirÉ meu, sim.
ResponderExcluirExperimentações, ousadias, essas coisas.
As vezes eu acerto a mão um pouquinho..
Tks pela visita.
parabéns! retornarei mais vezes, renata.
ResponderExcluirRenata (com letra maiúscula, como se escrevia antigamente),
ResponderExcluirTenho um poema que diz, em outras palavras - parece conclusão do seu -, o transcrito abaixo.
Das especificidades do amor
Eliane F.C.Lima (Registrado no EDA)
Amor morto não deixa marca.
Não há memória
no amor morto.
Não é aborto,
fuga de porto,
desfecho torto.
Amor morto,
ninguém se lembra,
jamais se viu.
Amor morto nunca existiu.
Achei bastante interessante seu blogue. Parabéns.
Eliane F.C.Lima (blogues "Poema Vivo", "Literatura em vida 2", "Conto-gotas".
Adorei...
ResponderExcluir