terça-feira, 23 de agosto de 2011

Um mês, trinta livros: o primeiro dia, o livro favorito!

Começar este memezinho vai ser desafiador. Porque o primeiro dia já pede para a gente escrever sobre o livro favorito de todos os tempos...
 
Day 01: All-time favorite book

E aí que é quase impossível escolher entre todos os meus livros favoritos, o favorito de todos os tempos.
Porque cada época tem o seu favorito. 

Desde que me entendo por gente, tenho um livro embaixo do braço. Sempre fui introspectiva. 
Sempre gostei de ficar em casa, lendo. Já deixei de ir a festinhas infantis, quando criança, ou passeios a casa de parentes, para ficar na casa de minha avó Maria, lendo e fazendo companhia a ela, que não gostava de sair... E naquela época, meus favoritos eram os da coleção Vagalume. Já então, era dificil escolher um favorito. 

Vinte anos, muitos livros depois, me vejo agora tendo que indicar um... Sinto um aperto no peito, como se ao apontar um, estivesse ignorando os outros... Mas, como teremos mais vinte e nove dias pela frente, vou encarar o teste e falar sobre o meu livro preferido de todos os tempos, hoje! É como se fosse tudo ao mesmo tempo, agora!

...
Dei uma pausa, fumei um cigarro, e enquanto isso, tentava pensar no livro favorito de todos os tempos...

Difícil, porque um livro é, de certa forma, uma definição de nós mesmos. E é difícil se definir, se auto-definir.

Os livros, a presença deles, o cheiro, o peso, a capa, e claro, o conteúdo, sempre me acompanharam. Antes de saber ler, usava a enciclopédia Barsa, eu e meus irmãos, para fazer castelos e pontes. Adora também ver as figuras e acompanhar os mapas, tentava descobrir onde estávamos, naquele mapa mundi da enclopédia Britanica. Taí, uma coisa que sempre me rodeou, os livros. Meu pai estudou história, minha mãe, pedagogia, sempre tive livros, jornais, revistas ao meu redor. Hoje vejo que privilégio tivemos, eu e meus irmãos.

Nas férias, ia para a cidade dos meus pais, no interior, e depois que comecei a usar óculos, uma miopia forte, aos 9 anos, minha introspecção aumentou ainda mais. Aliada à fome de ler, deixava de ir para vários lugares ao ar livre para ficar sentada na varanda, lendo.

Nessa época, já havia descoberto o paraíso das bibliotecas públicas. E Itaguara tinha (tem) uma boa biblioteca. Lá, mesmo nas férias, passava horas e horas descobrindo novos autores, novas leituras. 

Eu era, para os parentes e alguns colegas, a nerd, a CDF, que preferia ficar em casa lendo do que passeando na praça, no comecinho da pré-adolescência.

Mal sabiam eles, que nos meus livros, era a aventureira, a heroína, o bandido, o vilão, a bruxa Morgana, a espiã dos romances de banca, o guerreiro tupinambá de O Guarani. Era Ceci, era Lucíola, era Emília e Narizinho, era o Coração de Onça, era Atena e Hércules... Fui Monica, fui Cebolinha, e fui até a barata de Kafka. Fui princesa medieval e vilã de Sidney Sheldon. Fui Drácula de Bram Stoker e fui Pandora de Anne Rice. Ainda sou. Fui Penélope e fui Ulisses, lendo a Odisséia. Fui Aticcus Finch e fui Boo Bradley, mas sempre serei Scout "Jeane Louise Finch"....

Puxa, já enrolei tanto, e não defini ainda o meu livro preferido!

Então, vamos ao que interessa:

O sol é para todos, de Lee Harper

Na verdade, eu comecei o post pensando em outro livro, mas quando fui escrevendo e sem pensar muito em todos os personagens que já fui, me saltou a linda obra da Harper Lee...

Ganhei de presente de Natal, em dezembro de 2006. Desde então, sempre o tenho por perto. 
A cada vez que o releio, penso em como é atual, em como é triste e em quanto é belo.
E porque eu sempre sempre busco a possibilidade de redenção, eu amo O sol é para todos.
As crianças que contam uma história tão triste, mas tão triste, com seus olhos infantis e verdadeiros. 
A criança que denuncia a hipocrisia, a falsidade, a crueldade de uma sociedade...

Então, por ainda hoje, querer eu também ser Jean Louise "Scout" Finch e querer que existam Aticcus Finchs na vida real, eu escolho "O sol é para todos", porque é sempre um pecado matar um rouxinol... 

Aí está, o meu livro preferido de todos os tempos....
Sei que daqui um mês, pode mudar, como tudo pode mudar.

Amanhã, é o dia do livro preferido da minha infância. Já começou o dilema... 

********

Depois que publiquei, fui ler o post da Lu, na Graúna, porque, né, se eu leio antes não tenho nem coragem de escrever... rs Mentira, tenho sim, sou atrevida!

2 comentários:

  1. Menina, menina, menina..irmã gêmea siamesa com certeza! Eu amo esse livro (e o filme). Eu sempre me enterneço, ai ai...

    ResponderExcluir
  2. É isso, é um livro enternecedor, apesar de tudo...
    O seu favorito ainda não li, mas vai entrar na minha lista!

    ResponderExcluir