domingo, 25 de setembro de 2011

Esperar, ansiar, recordar. Um livro e a saudade.


Dias sem escrever nada. Cabeça fervilhando, semana puxada.
Tentando dar uma acelerada e falar sobre saudades.
Porque devo escrever sobre livros que me lembrem algo, alguma época, alguém.
E a saudade não é acelerada. Pelo contrário, a saudade é lenta, arde como fogo brando. Não é fogueira. É banho-maria.
Saudade é fogo brando.
Eu sou canceriana. Sou apegada ao passado.
E como diz Wally Salomão (que tenho que ler!), “a memória é uma ilha de edição”.
Eu pego as partes boas, mas não esqueço das ruins. As vezes elas se apagam sozinhas. As vezes, são minha dose diária de amargura. Vou ingerindo as memórias ruins, até que elas se tornem palatáveis.
Saudade é seletiva. Como uma ilha de edição, eu vou montando o filme, na minha cabeça, deixando só o que há de bom, porque na verdade, eu só gosto do amargo do chocolate. Da vida, eu quero o doce.
E saudade é doce.
Saudade é recordar. Recordar. A raiz é “cor”, coração.
Recordar, decorar, saber de cor.
Tudo a ver com saudade.
Saudade de uma época.
Um livro que me lembra uma época...
Todos. Cada um, um momento.
Mas já que estou falando de saudade, vou falar de um só livro, que me lembra uma época e uma pessoa.
Me lembra de um amor.
“O Matador”. Patrícia Melo.
Me lembra da ansiedade de esperar por alguém, por alguém que era perfeito na sua imperfeição. Me lembra de esperar pelo amor.

A  história bizarra de Máiquel, e sua trajetória no mundo do crime.
A história de amor entre o matador e Erica.
Morte, sangue, sujeira.
Bem, o amor veio e se foi. E o livro se foi com ele.
Agora, só ficou a memória.
A história real foi daquelas de contar na mesa de boteco, e ainda assombrar os ouvintes.
“Mas como!? Você foi louca! Mas que legal! Ah, não fica assim, você sabia que não ia durar para sempre... “
Sim. Foi efêmero.
Sim, eu amei.
E sim, Patrícia Melo sempre vai me lembrar daquela época. Da semana mágica entre planejar e esperar, e o começo dos meses que viriam.
Esperar, ansiosa. Excitada. Alucinada.
Planejar, executar, montar todo um castelo de cartas para receber uma pessoa, e construir uma ilha de fantasia no meio da árida realidade. Cerveja, vinho, sexo, beijos e abraços, livros e filmes. Música estranha, conversas de madrugada.
O castelo desabou. Sob uma avalanche de clichês.
Mas eu sempre terei Patricia, Maiquel e Érica.
 Também estão participando a Lu, a Niara, a Marília, a Tina Lopes (quem começou com esse meme, que acaba atraindo mais e mais gente a cada dia!), a Rita, a Cláudia, a Grazy e a Mayara!


Ah, e o Pádua Fernandes, do Palco e o Mundo, e agora, a Renata Lins, do Chopinho Feminino.

2 comentários:

  1. Eu gosto do Wally Salomão. E gosto das edições que minha memória faz. È que trabapha lá aquela menina, a Pollyana. Quanto ao que vc sempre terá, bom, também tem Paris, né.

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  2. Sim, Borboleta!
    Lagartas, Mariposas e Borboletas, sempre teremos Paris!

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