quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Dia 2: Um livro do qual não gosto - Só por isso


O primeiro post foi bem difícil porque era para falar sobre  o livro preferido de todos os tempos. Comecei pensando em um, e no fluir do texto, acabei percebendo que era outro...
Eu adoro livros. Adoro o conteúdo, o suporte físico, as capas, a sensação de abrir pela primeira vez um livro novinho e quebrar, com muito pesar, a lombada, ou de abrir, cuidadosa, um livro velho e querido, com as páginas amareladas soltando-se da encadernação. Então, me sinto até traiçoeira em pensar em dizer um livro do qual não gostei, especificamente. Como se estivesse abandonando um amigo. Porque meus livros são meus amigos mais fieis. Minto, meus bichos são meus amigos mais fiéis. Meu livros são meus amigos de qualquer hora. E seu eu peguei um livro, por qualquer que seja o motivo, e o li, ele teve seus bons momentos, me fez companhia em um momento de solidão ou tédio pura e simplesmente.
Alguns livros são ruins, mas nem por isso são detestáveis.
Outros, por outro lado, são bons. Mas me fazem mal.
Não gosto de livros de auto-ajuda. Não gosto de livros “psicografados”. Não gosto de Paulo Coelho, Dan Brown ou Jô Soares. Tem um monte de livros ruins, dos quais não gostei. O problema é que nenhum deles me marcou a ponto de lembrar sequer seus títulos ou autores. Como um cara que beija mal, evito até lembrar o nome e as circunstâncias...
Se eu tenho que realmente dizer, diria que não gosto de Valsa Negra, da Patrícia Melo. Entendam, eu adoro Patrícia Melo. De verdade. “O matador” está entre os meus preferidos recentes, adoro os personagens, os conflitos, a perfídia... “O elogio da mentira” também é um bom livro, gostei bastante e recomendo.
Mas “Valsa Negra” me fez mal. Então, pelo mesmo motivo pelo qual atualmente “O sol é para todos” é o meu preferido, teria que dizer que não gosto de “Valsa Negra”. Porque não tem redenção. Porque não gosto do Maestro. E porque o ciúme é um sentimento corrosivo. Pronto. Por isso. Só por isso. 

O ódio é indistinguível do amor”.
“Entrei no carro e olhei para o céu. Seria um dia ruim.”
“Estar com ela era ter, no mesmo pacote, coisas ruins e boas. Mais ruins do que boas, essa era a verdade.”
Por isso, e só por isso, trata-se de um excelente livro, realmente denso, tenso. Do qual eu não gostei.

3 comentários:

  1. Este da Patrícia Melo eu não li. Gosto dos que li.

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  2. Caríssimo professor!
    Eu gosto dos que li.
    E Valsa Negra também é bom, no sentido de ser bem escrito, no estilo dela, com personagens complexos e enredo envolvente.
    Por isso o escolhi, como um livro do qual não gosto. Não por que seja ruim. Acho até que é muito bom, pois me fez detestar tanto um personagem que não gostei...
    Super honrada com a visita!

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  3. Ai, gosto até do seu jeito de desgostar, viu. Eu não, desgostei do desgosto simples, da bílis na boca. Vou ter que espiar seu não, ai ai.

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