quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Ninguém sai

Fiquei uns dias sem escrever o desafio dos trinta livros. Já me perdi.
Acho que estou no quinto livro, o que me faz rir.
O que me faz rir.
O que me faz rir?
Muitas coisas me fazem sorrir: observar minhas gatas brincando com o rato de pelúcia, observar meus cachorros ouriçados quando me veem chegar, um casal se beijando no ponto de ônibus, minha mãe brigando com meu pai por bobagens, os dois ainda apaixonados depois de mais de quarenta anos de convivência.
Me fazem sorrir a música, a amizade, crianças de colo, árvores florecendo, o som da chuva na janela.
Ah, a chuva na janela... Anseio pela chuva que virá, para lavar minha alma e me fazer sorrir, ao dormir com o som das gotas caindo e e levanddo a poeira e a aridez que me povoam nesses tempos.

Me fazem sorrir os livros.
Todos. Ao abrir a primeira página, depois de escolhido.
Aí, alguns me fazem chorar, outros me deixam indignada, outros me dão raiva, ouros, esperança.


Rir.
Um livro que me faz rir?

As comédias da vida privada.
Luiz Fernando Veríssimo.

A ironia, a destreza em trilhar os caminhos do cotidiano, e criar o riso nas situações corriqueiras ou absurdas.
Várias delas me fazem rir, como a do marido que perde a aliança no bueiro, cria mil desculpas já que acredita que a mulher não vai acreditar na verdade, e é perdoado ao inventar uma infidelidade.
A verdade não é crível.

Acho que minha crônica favorita é a do poquer. Cinco amigos. Uma mesa. Uma partida interminável.
Ninguém sai.



Cinco jogadores em volta de uma mesa. Muita fumaça. Toca a campainha da
porta. Um dos jogadores começa a se levantar.
Jogador 1 - Onde é que você vai ? Ninguém sai.


E a história prossegue, com desdobramentos absurdos.
Taí, um livro que me faz rir.
Obrigada por me lembrarem dele!


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3 comentários:

  1. Verissimo é quem me faz rir, casava fácil com ele, que cama que nada, felicidade é saber fazer cócegas no juízo do outro...

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  2. Eu adoro Fernando Veríssimo e uma vez falei pra ele da minha tristeza com a morte da Velhinha de Taubaté quando o encontrei no Itamaraty, ocasião em que ele recebia uma medalha. Tímido como é, ficou roxo de vergonha e só conseguia dizer: "Pois, é..." Tenho vários livros dele e às vezes releio algum de puro prazer. Estou adorando a brincadeira dos trinta. Beijo a todas. E parabéns.

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  3. Adoro Veríssimo, tanto pai quanto filho. Mas pra rir é o filho mesmo. Como dizia a minha avó, ele deve ter outro por dentro, porque nunca vi ninguém tão tímido e acanhado.

    E Lú, melhor casar com o Pedro, filho do LFV, que tem banda de rock e tals e é mais gatinho e mais a tua praia, acho. É engraçado pacas, também. Rá!!!

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