domingo, 19 de setembro de 2010

Pela igualdade civil

Hoje acontece, em São Paulo, o beijaço (kiss in) pelo casamento igualitário.

Porque todos tem direito de manifestar seu afeto em público. entre outros direitos que nos são naturais, que que aos GLTB são negados. Casamento, pensão, adoção, sucessão hereditária,entre outros!!

Há pouco mais de um mês, quando conheci a carta aberta aos candidatos pelo casamento igualitário, através do post do Thiago Beleza, no Memória Individual, mantive algumas discussões sobre o tema, com um grupo de pessoas de diversas origens, com diversas formações religiosas, sociais e culturais.



Me identifiquei muito com o texto do Tiago, porque sempre acho que mão tenho nenhum preconceito contra homossexuais, apesar de, obviamente, admitir que tenho preconceitos (contra alguns "fiéis" de determinadas "denominações" religiosas, por exemplo, confesso que simplesmente me dá arrepios quando a pessoa vem dizendo que professa determinada religião, como se isso fosse sinônimo de honestidade, caráter, virtude absoluta. E daí? Tem gente boa e gente péssima em todos os lugares, em todas as denominações religiosas, não é exclusividade de uma ou de outra, nem as virtudes nem os vícios!).

Mas de uma forma ou de outra, por mais que me esforçe, me vejo e ouço manifestando expressões que refletem preconceito, sim, contra os GLTB. 

Outro dia, no salão, passei um carão, ao "brincar" que um rapaz que saíra de lá após depilar o peito, e que deixara as manicures suspirando pelas suas belas pernas (peludas, diga-se de passagem), devia ser gay. E o cabeleireiro novo, que eu não conhecia, disse: "Você tem alguma coisa contra gays?".
Confesso que fiquei sem graça, não conhecia o moço, nem havia notado sua presença até que ele falasse,  mas respondi que não, claro que não, era apenas a constatação de que o heterossexual típico (estereotipado, né? Lá vou eu rotulando as pessoas...) não costuma ter tal preocupação... então não foi com intenção de ofender. Mas acho que ele se sentiu ofendido. 



Pouco depois, consegui ofender a manicure: 
Enquanto tentava mudar de assunto, comentei sobre eleições, e perguntei em quem ela iria votar (hábil, né, sair de uma polêmica e entrar em POLÍTICA para desanuviar o clima?).
Me disse que na Dilma não, porque o pastor falou que se ela ganhar (quando ela ganhaaar!) iria obrigar os crentes a fazer casamentos de gays (nisso o cabeleireiro havia saído). Eu olhei pra ela de queixo caído: "Cumá??"

E vai a Renata, explicar que não é nada disso, que se trata somente de um projeto, e nem foi ela (Dilma) quem criou, sobre união civil, seria só no cartório, que as igrejas não tem nada que se meter com a lei, e vice versa, que se a igreja não estiver praticando crime, o Estado também não pode obrigá-la a deixar de fazer nada... (mas ela disse que não vota no PT, porque a Marília Campos "tomou" os terrenos que o Ademir Lucas "deu" para a igreja dela. Não sei do que ela está falando, mas se a doação foi revogada, algo de podre deve pairar no "reino das Abobrinhas", como sempre).



Então, eu dou um fora, e logo depois outro. Um por ofender um homossexual, não intencionalmente, ao rotular certa prática estética como não-típica de heterossexuais. E outro, por defender os direitos de toda a população LGTB (GLTB).

Me fez perceber que mesmo não intencionalmente, eu rotulei um grupo, uma prática como característica de um grupo, e mesmo sendo meio de brincadeira (porque vou confessar que detesto o estilo "Tony Ramos" e dou maior apoio se o straight guy quiser depilar ou raspar o excesso de pelos nos membros superiores, sacou!?) ficou chato.

E ressaltou que se eu, que tive oportunidade de estudar, de me esclarecer com várias opiniões, etc, e tal, e tento lutar contra todos os meus preconceitos (mesmo o supramencionado, eu tento ardentemente, juro! Ainda mais lendo manifestos como este, no blog da Maria Frô) reproduzo um comportamento preconceituoso, como vou conseguir esclarecer uma pessoa que não gosta de ler, não tem acesso às fontes de informação que eu e você  dispomos, de que aquele comportamento está equivocado?

Esclarecer a diferença entre "não gostar" e negar direitos? 
Gosto é pessoal, íntimo e não se discute. Na minha casa entra quem eu convido. 

Mas negar direitos? Exteriorizar as idéias fora de um grupo, incitando ao ódio, ao preconceito, à intolerância??


Vejo iniciativas como a do beijaço, e ao mesmo tempo, me angustia ver os comentários dos leitores da FSP... incitando ao ódio, demonstrando uma homofobia e um sexismo inaceitáveis. 

O argumento de que agora é o heterossexual que é discriminado, pobrezinho, por não poder usar uma camisa 100% macho, é tão rasinho... Pode usar, meu! Só que vai dar margem a uma certa interpretação de que, se você está precisando tanto afirmar, é porque está com alguma dúvida, não é? Mas se você não tem dúvida, ou não liga do que os outros vão interpretar, uai, pode usar à vontade! 
Agora, não queira proibir quem quer que seja de usar a camisa 100% gay, ou seja lá qual slogan...

Falando em camisetas, enquanto pesquisava algumas idéias e notícias para postar aqui, vejam que máximo: 

Sir Ian McKellen, gay, ativista, Gandalf!!
Gandalf na trilogia "O Senhor dos Anéis" e o Magneto na série "X Men", Foi escolhido em 2006 o artista gay mais influente. Participou ontem, dia 18, da Marcha Anti-papa, em Londres (esse Bento XVI, pelamordedeus...)






























A camiseta diz: 

Some people are gay. Get over it.
(Algumas pessoas são gays. Supere isso.)

Interessante que nesse site aqui, de onde eu tirei a foto, nos coments rola o seguinte papo:

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3 Comentários

bullet Kyonas em 16 de junho, 2010 às 9:57 am
ih caralho, tá de zueira que esse mano é viado ?

bullet Marcel em 16 de junho, 2010 às 3:58 pm
Acho que ele deve estar falando do Xavier. (ou do Frodo dependendo a sua preferencia).

bullet Diego T em 18 de junho, 2010 às 9:03 am
Ele é homossexual assumido galera. Se liga…
Get over it!
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Para finalizar, esse video aqui, com a música "Fuck you", da Lilly Allen, foi usado para fazer um manifesto contra os homofóbicos (e não contra os hetero!). 
Eu gostei.

Temos que lutar todo dia sim, para não fazer piada com coisa séria, para não ofender as pessoas, para não magoar as pessoas, tanto as que estão do nosso lado, quanto aquelas que nunca vimos ou veremos.

Não acho que é uma ditadura do "politicamente correto". 

É mais uma tomada de consciência, rumo à certeza de que todos somos iguais, em direitos e obrigações, apesar de sermos diferentes em tantas coisas, entre elas cor da pele, gênero, religião, preferências de sabor! Eu gosto de morango, tem quem prefira manga! 

E viva a diferença!!!

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